Causos Joaquim Pernambuco

Por Severino Tenório Cavalcante de Arruda Braga:


sou primo de Joaquim e com ele convivi muitos anos em Quitimbu. Joaquim era meu primo preferido, foi-se de Quitimbú em 1.949, para o Mato Grosso e nunca mais nos vimos, fiquei muito triste quando soube de sua morte, porque até então esperava ter oportunidade de reve-lo, eu e Joaquim fomos vaqueiros nas caatingas de Cústódia/Quitimbu-PE, me lembro que montávamos descalso e sem camisa e os galhos não tinham nem um pouco de piedade de nós, nos ferimos várias vezes, nossas costas eram cortadas pelos galhos, más sempre conseguimos pegar as rezes, Joaquim era muito esperto e tinha muita força e juntos sempre fizemos a diferença. O aboio de Joaquim era inconfundível. Tenho 87 anos, moro em São Luiz-MA, gostaria de manter contato com a familia de Joaquim. Peço se for possível que me mandem telefone ou e-mail. Severino Tenório Cavalcante de Arruda Braga.
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Por Carla feltrin:


"Causos"


Certa vez o Pernambuco, avô do meu esposo, estava indo de jardineira (uma espécie de ônibus bem precário que nem se usa mais) para Paranaíba. A estrada era péssima, por isso, apesar de distar apenas 90 km de Cassilândia, a viagem era longa.
Entrou na jardineira um bêbado e lá pelo meio do trajeto começou a importunar os passageros. De tanto circular de um lado para o outro caiu e se cortou, mas mesmo assim continuou sua balbúrdia. Irritado, o motorista expulsou-o, no meio da estrada, rodeada de mata fechada, à noite.
Pernambuco protestou dizendo que o homem estava ferido e não estava em condições de se defender, seria perigoso deixá-lo ali, algum animal poderia fazer mal a ele. O motorista disse que não tinha nada com isso, que sua obrigação era zelar pelo bem estar dos demais passageiros e não de um bêbado sem eira nem beira. Então o Pernambuco desceu do ônibus dizendo que ficaria junto com o tal homem para protegê-lo até que a "carraspana" passasse.
Um pouco mais adiante um passageiro dirigiu-se ao motorista e disse:
- Você está em uma enrrascada, meu amigo.
- Por quê? - perguntou o motorista.
- Você sabe quem é aquele senhor que você deixou no meio da estrada a esta hora da noite com aquele cachaceiro?
- Não, quem?
- O prefeito de Cassilândia!


Na mesma hora o motorista deu marcha ré, manobrou e voltou para buscar os dois.
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Por José aparecido:
 
Ele tinha um bom coração
As pessoas boas não deviam morrer.
Lembro-me que, ao passar de carro por alguem que conhecia sempre oferecia carona.
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Por José aparecido:
 
Comprador de gatos:
Meus pais contam uma história de uma senhora que tinha em sua casa uma gata que pariu muitos gatinhos e ela teve uma ideia para se desfazer dos bichanos: Pediu a um garoto para vender os felinos . Colocou-os num saco de linhagem e o coitado saiu oferecendo de porta em porta. Num determinado lugar estava o Sr Joaquim Pernambuco num a rodada de amigos conversando como sempre fazia. Ao receber a proposta o Prefeito, então ofereceu uma certa quantia pelos gatinhos. O garoto aceitou, recebeu e saiu todo feliz, e o Sr Joaquim despejou os gatos no chão e jogou dentro da caminhoete (uma F-100) apenas o saco de linhagem, que tinha o valor pago pelos gatos.
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Escrita por Edina Menezes:


Essa minha mania de me deixar dominar pelas palavras às vezes me faz querer dizer o não-dito, o não-lembrado, o esquecido. Quando eu era criança, vivia numa pequena cidade, na cidade em que nasci. Bem, não sei se posso chamar de cidade um lugar em que havia apenas umas duas ou três ruas abertas a enxada e enxadões e muitos “trieiros”, por onde as pessoas passavam. Eu nasci na vila Pernambuco e para vir para o “centro” da cidade os moradores tinham que se equilibrar sobre uma “pinguela”, via de passagem do córrego Cedro, onde hoje é a rua Isaias Cândido Barbosa. O nome dessa vila é uma homenagem a um pernambucano que chegou em minha cidade e se fez prefeito, não uma, mas várias vezes. Seu nome hoje está estampado na placa que nomeia o prédio do paço municipal de Cassilândia “Joaquim Tenório Sobrinho”.
Lembro-me do período que antecedia as eleições, eram grandes barracões construídos e enormes “tachas” e panelas de comida. Não havia essas proibições da Justiça Eleitoral que há hoje, bem... Os tempos eram outros e as pessoas também. E em todas as eleições lá estávamos nós, sempre eleitores convictos do “Joaquim Pernambuco”, eu não votava, claro, mas fazia barulho. Minha mãe, ajudando na cozinha e convencendo leitores, meu pai caladão, mas não perdia um “comício”, sempre festivo, com muitos fogos e a tradicional musica nordestina, com sanfona, violão e triangulo. O tempo passou, o tempo mudou, Joaquim Pernambuco deixou a Terra, foi ser amigo dos amigos em outra dimensão.


reportagem extraida: cassilândia.news
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Cassilândia: ouvintes ligam para lembrar Pernambuco


Terça-feira, 22 de Maio de 2007 13:02


Diversos ouvintes da Rádio Patriarca ligaram durante o programa Rotativa no Ar, para falar sobre Joaquim Tenório Sobrinho, o Pernambuco. Todos lembrando de uma ajuda recebida , no momento em que mais precisavam. Muitos se emocionaram. Até uma senhora que não tinha telefone foi ao estúdio da emissora para dar o seu testemunho. Pernambuco, faleceu com 64 anos, há 20 anos, dia 22 de maio de 1987.
Ele foi prefeito, por duas vezes, de Cassilândia, vice e vereador mais votado da história da cidade.


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Por Marcos augusto:


Seu Joaquim Pernambuco, foi homem que construiu a história de Cassilândia.